Bernardo de Clavaral, canonizado em 1174 pelo Papa Alexandre III com o nome de São Bernardo, nasceu em 1090, no seio de uma família nobre e estudou teologia no mosteiro de Cister. Morreu a 20 de Agosto de 1153, em Claraval.
Foi uma das figuras que mais marcou a história religiosa, cultural e também artística da Europa. Possuía uma fé inabalável em Cristo e um espírito combativo e persistente naquilo em que acreditava.
Era um homem violento, magro e animado pelo furor de Deus. Um místico e não um pensador.
O seu extremo rigor com os seus discípulos e o seu poder como condutor dos homens residia naquilo que defendia: o regresso a uma religião de autenticidade e ascese mística, vivida no mais rígido voto de pobreza e desprendimento dos bens materiais.
Para alcançar a verdade em Deus, não se poupou a sacrifícios e sujeitou-se a violentas mortificações e autoflagelações, que o levaram a contrair a doença que o martirizou toda a vida e acabou por o vitimar.
Deixou-nos uma numerosa obra escrita - cartas, sermões, comentários, obras de espiritualidade, de moral e teologia.
Não fez teoria e a sua doutrina não se apresenta bem sistematizada mas é possível encontrar certos temas-base nas suas obras. O principal é o do itinerário que todo o crente deve fazer em direcção a Deus, que São Bernardo define como o caminho da humildade ao êxtase, do pecado ao á glória, do conhecimento de si mesmo á posse de Deus. Para isso o Homem devia meditar, contemplar (Cristo) e aprender a desprender-se de si mesmo.
A sua obra mais conhecida foi o Adversus Abaelardum, onde combateu as teorias do teólogo e filósofo Pedro Abelardo.
“Devemos amar a Deus, e a medida de amá-lo é amá-lo sem medida”
(S. Bernardo)
Caio Júlio Octaviano César nasceu a 63 a.C. e a sua vida pública de começou em
Na altura era um jovem tímido, modesto, sem grande presença física, com uma saúde precária e sem gosto e jeito para a carreira militar. Pouco a pouco revela ter uma grande habilidade, competência e eficiência na política.
Com prudência e diplomacia, conseguiu os apoios que necessitava, afastou os seus inimigos e tornou-se de tal modo indispensável perante o Senado e o povo romano, que acabou por acumular poderes que fizeram dele a primeira figura do Estado romano. Em pouco tempo, Octávio, sempre dentro das ordens republicanas e respeitando o mos maiorum (leis antigas), conseguiu alcançar os maiores postos do cursus honorum (magistraturas):
- O poder tribunício, no inicio temporário e depois vitalício, que lhe concedeu todos os poderes civis;
- Conseguiu do Senado os direitos de nominatio, commendatio e adlectio, que lhe deram o direito de seleccionar e controlar os senadores e os altos funcionários da administração pública;
- Recebeu o título de augustus e pontifex maximus, que lhe concedeu o direito de controlar também o poder religioso e moral. Com as suas principais qualidades (virtude, clemência, justiça e piedade), tornou-se o primeiro imperador de Roma e geriu o seu Império “com mãos de ferro calçadas com luvas de veludo”.
Enquanto imperador de Roma, César Augusto, aumentou o império, consolidou as fronteiras, pacificou as províncias (imposição da pax romana), reformou o aparelho administrativo, reestruturou a sociedade em classes censitárias (que pagavam impostos), restabeleceu a religião tradicional, deu um grande desenvolvimento ás artes ao atrair á sua corte poetas, escritores e artistas, e iniciou uma época de paz e prosperidade.
Gabou-se ainda, quanto a Roma, de ter encontrado uma cidade de tijolo e a ter deixado de mármore.
Em 14 d.C., morre em Nola, deixando o poder a Tibério, visto que os que estavam na linha para o suceder morreram em circunstâncias estranhas.
O Senado homenageia-o declarando o seu período de vida como Saeculum Augustum (Século de Augusto) e dando início ao seu culto divino.
Péricles (c. 495/492-429 a.C.) nasceu no seio de uma família rica, da alta sociedade.
Participou na vida política de Atenas como estratega e entre 460-429 a.C. como strategos autokrator, isto é, o general eleito anualmente pelo povo, por unanimidade que, juntamente com nove eleitos, governava a cidade.
Era um homem honesto, competente na gestão dos bens públicos e segundo Tucídides, um defensor do diálogo e não um incentivador á violência. Dominou Atenas pela inteligência, pela palavra e pela brilhante actuação (embora tivesse sido alvo de grandes críticas).
Apelando e lutando pela rectidão, pela justiça, pelo diálogo, pela liberdade e pela verdade, Péricles contrastava com uma sociedade que se começou a revelar quezilenta, invejosa e individualista.
Proporcionou a Atenas o seu apogeu económico, cultural e artístico, correspondendo a uma época que com ele desapareceu, pois mais nenhum dos políticos que se seguiram conseguiu fazer algo parecido pela cidade.
Durante o seu governo, os seus objectivos foram aumentar a representação do povo na governação e consolidar a democracia. Preocupou-se ainda em impor e vigiar a correcta e efectiva as leis democráticas, já decretadas.
Péricles consolidou o regime de democracia directa, plebiscitária, onde o governo está submetido ao princípio da soberania popular e á vontade da maioria - "Um governo para o povo e pelo povo".
A reconstrução da sua cidade, feita com perfeição técnica e domínio estético num curto espaço de tempo, foi também outra das suas armas políticas. Foi ele quem instituiu o misthos ou mistoforia, um subsídio diário diversificado, que mudava conforme as funções e era atribuído a todos que servissem Atenas (visava ajudar os mais pobres para que pudessem participar na vida política).
Em 431 a.C surgiu a guerra com Esparta e Péricles faleceu pouco tempo depois, vítima da peste que assolou a cidade durante a guerra.
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