Quarta-feira, 4 de Fevereiro de 2009

A Coluna de Trajano

 

A Coluna de Trajano

 

 

A Coluna de Trajano pertence á tipologia da arquitectura comemorativa romana e pensa-se que tenha sido inspirada nos obeliscos egípcios. É um monumento urbanístico, simultaneamente arquitectura e escultura, que teve a função de assinalar um momento histórico, conferindo-lhe um carácter documental e honorífico.

Foi construída em 112-114, em Roma, no Fórum de Trajano, sobre o túmulo desse imperador, para comemorar a vitória dos Romanos contra os Dácios.

 

A Coluna de Trajano inserida no Fórum

 

 

A sua construção foi concebida e dirigida pelo arquitecto Apolodoro de Damasco e demonstra o espírito histórico e triunfalista dos Romanos que, de um modo original, glorificaram o seu imperador.

A coluna possui cerca de 37 metros. O seu fuste é oco - no interior existe uma escada em espiral, feita em mármore branco, que ascende até ao topo - e assenta sobre um tambor ou pedestal, de forma cúbica, também oco e decorado com relevos de troféus militares. Este tinha uma porta em bronze, no cima da qual existia uma inscrição dedicatória. Fazendo a transição entre o plinto e a coluna, existe um toro coberto de coroas de louro.

É decorada com um relevo historiado que se desenrola á volta da coluna e que conta os inúmeros acontecimentos das duas campanhas de Dácia, encobrindo ainda as 43 janelas que iluminam a escadaria interior. No topo da coluna existe um capitel dórico monumental, que era encimado por uma águia de bronze, símbolo do Império. Mais tarde foi substituída por uma estátua em bronze de Trajano e actualmente possui uma estátua de S. Pedro, colocada em 1588.

Pormenor do capitel da coluna e da estátua de S. Pedro que a encima

 

 

A narrativa da coluna é feita através de diversas cenas em mármore que descrevem aspectos geográficos, logísticos e políticos da campanha. Mas o que sobressai de toda a representação é a magnanimidade do imperador, que acolhe os vencidos com generosidade. O imperador é mostrado como o grande protagonista que dirige e orienta os trabalhos, intervém nas batalhas e acode nas situações complicadas.

 

 

Pormenor do relevo historiado da Coluna de Trajano

 

 

As cenas são realistas e tratadas de modo natural, sucedendo-se umas às outras, sem separações ou linhas divisórias. Esta narrativa apresenta um verdadeiro “horror ao vazio”, devido à sua densidade e grande número de personagens.

O escultor trabalhou habilmente este relevo em friso com uma pequena profundidade no talhe, para que os efeitos de luz e sombra não prejudicassem a leitura das cenas quando vistas de baixo.

O relevo desta coluna é considerado uma das obras mais ambiciosas do mundo antigo, sendo muito maior e mais perfeccionista que o friso das Panateneias do Templo do Pártenon.


 

 

Publicado Por Cíntia Pontes às 09:30
Link do Post | Comentar | Adicionar Aos Favoritos '
Segunda-feira, 26 de Janeiro de 2009

A Arte da Antiguidade Clássica - Arte Romana

 

ARQUITECTURA


- De todas as formas da arte romana, é a arquitectura que melhor testemunha o génio inventivo e prático de Roma e que melhor documenta a sua evolução histórico-social;

- A arte romana sofreu duas fortes influências: da arte ítalo-etrusca, popular, voltada para a expressão da realidade vivida e reveladora de um povo alegre e amante da vida, e da arte greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza; dos etruscos herdaram vários conhecimentos e técnicas tais como: a utilização do arco e da abóbada; a construção de cidades muralhadas com traçado rectilíneo das ruas; a realização de pontes, túneis, esgotos e estradas; a edificação de templos com pódio, pórtico com colunas de madeira, telhados de duas águas e beiral, cella, proporções quase quadradas e paredes de tijolo cru; e a produção de túmulos de várias formas, cujas características se assemelhavam ás casas dos vivos. Aos gregos foram buscar as concepções clássicas dos estilos jónico, dórico e coríntio, aos quais associaram novos estilos, como o toscano e o compósito, que aplicaram na decoração arquitectónica; imitaram as plantas dos templos rectangulares e circulares na construção de basílicas e outros edifícios como os teatros e a domus, cuja concepção parte do peristilo grego, transformando-o um núcleo residencial; o urbanismo romano também adquiriu influências gregas, pois a partir da acrópole e da ágora gregas, os Romanos passaram ao Capitólio e ao fórum de Roma.

 

Muralha Serviana, Roma, séc. IV a.C.

 

Muralha de Adriano, Grã-Bretanha

 

 

- Pragmática, funcional, colossal e magnificente, a arquitectura romana preocupou-se essencialmente com a resolução dos aspectos práticos e técnicos da arte de construir, respondendo com soluções criativas e inovadoras ás crescentes necessidades demográficas, económicas, políticas e culturais da cidade e do império;

- Nas suas construções os Romanos usaram materiais tradicionais como a pedra, o tijolo, a mármore e a madeira, e outros, mais económicos e fáceis de trabalhar, criados ou recriados por eles de forma inovadora - falamos dos diferentes tipos de opus (termo usado pelos romanos para designar o material ou o tipo de organização dada ao material empregue numa construção. Distinguem-se vários tipos: opus incertum, que usa pedras pequenas e irregulares unidas por argamassa; opus recticulatum, semelhante ao anterior mas com revestimento exterior regular, feito com pequenas pirâmides de calcário cunhadas na parede com a base para fora; opus quadratum, que usa silhares de pedra aparelhada, sobrepostos sem argamassa, cuja coesão é garantida pala colocação de grampos metálicos; opus testaceum, constituído por ladrilhos cozidos dispostos de modo a fazer desenhos quadrados ou triangulares; e opus caementicium), dos quais o mais importante foi o opus caementicium, uma espécie de argamassa de cal e areia, a que se adicionavam pequenos pedaços calcário, pozolana (material de origem vulcânica), cascalho e restos de materiais cerâmicos, que criava uma pasta moldável enquanto húmida, semelhante ao actual cimento ou betão que, depois de seca, se igualava à pedra na solidez e na consistência. A sua utilização desde o séc. IV a.C, facilitou e tornou mais rápida e económica a construção de estruturas complicadas como as coberturas abobadadas ou cupuladas e ainda as paredes arredondadas e em abside; o emprego deste material obrigou ao uso de vários paramentos (revestimento exterior) que disfarçassem o aspecto final pouco decorativo das estruturas. Deste modo, os Romanos inventaram diferentes almofadados em pedra e tijolo e aplicaram revestimentos exteriores com relevos em estuque, placas de mármore policromo ou ladrilhos cozidos. Nos interiores, o revestimento era feito com pedras nobres, mármores, mosaicos e estuques pintados;

- Criaram novos sistemas construtivos, que tiveram como base o arco e as construções que dele derivam: os diferentes tipos de abóbadas, as cúpulas e as arcadas (conjunto de colunas unidas superiormente por arcos).  Na verdade estas estruturas não foram inventadas pelos Romanos pois já haviam sido usadas pelos Etruscos e os próprios gregos conheciam o arco, embora nunca o tenham usado. Contudo, nenhum destes povos soube aplicar estes sistemas com tanta perícia técnica e com tanta eficácia e inteligência arquitectónica. A sua utilização, aliada aos novos materiais, permitiu aos Romanos criar variadas tipologias arquitectónicas, diversificar as plantas, projectar compartimentos mais amplos e articular melhor os espaços interiores;

- Desenvolveram as técnicas e os instrumentos de engenharia, assumindo-a como o suporte da arquitectura e atribuindo-lhe, pela primeira vez, uma base científica; realizaram neste campo grandes progressos: aperfeiçoamento dos conhecimentos de orografia e topografia; uso de técnicas de terraplenagem (acto de nivelar os terrenos de modo a prepará-los para a execução da obra); desenvolvimento de processos de embasamento e de suporte; invenção de cofragens (dispositivo amovível de madeira destinado a conter as massas de betão fresco nas formas projectadas; espécie de molde) e cimbres (armação de madeira que suporta e/ou molda os arcos ou abóbadas), que serviram para montar e moldar as estruturas construtivas, economizando assim a mão-de-obra e o tempo da construção; utilização dos grampos de metal para fortalecer as juntas entre os blocos de pedra ou nas zonas de maior pressão dos edifícios.

- A decoração utilizada pelos Romanos pautou-se pelo barroquismo (acto de complicar as formas e os elementos decorativos pela profusão e exagero dos mesmos), que preferiram o exagero ornamental ao equilibrado sentido estético e simples dos Gregos; utilizaram os elementos gregos tais como colunas, entablamentos e frontões, como meras "peças"decorativas, sem qualquer função estrutural, inovando-as ao alterarem as suas formas e proporções; criaram ainda duas novas ordens: a toscana (capitel simples, semelhante ao estilo dórico) e a compósita (junção da ordem jónica e da coríntia; o capitel é decorado com volutas e folhas de acanto).

 

 

 

» Arquitectura religiosa

 

- Desempenhou funções religiosas, políticas e sociais e encontra-se largamente representada entre as construções romanas;

- Os edifícios religiosos assinalavam, pelo seu valor sagrado e simbólico, os lugares mais importantes das cidades. Entre eles destacavam-se os simples altares (uma espécie de pequenos templos erguidos sobre um pódio e fechados a toda a volta por um muro, decorado com relevos, e só interrompido pela escadaria frontal; o interior é descoberto e composto por um altar, elevado sobre um pedestal de mármore; possuíam um carácter comemorativo), os santuários e os templos, destinados ao culto dos imperadores (divinzados após a morte) e aos Deuses;

 

Altar da Paz (Ara Pacis), Ano 13 a.C., Roma - vista frontal, lateral e traseira e alguns dos seus frisos, respectivamente

 

 

- Os templos romanos do período republicano apresentavam algumas características comuns a todos eles: erguiam-se sobre um estrado em pedra maciça, denominado pódio; possuíam um carácter frontal, com a fachada assinalada pelo pórtico e pela escadaria de acesso ao templo; tinham geralmente uma planta rectangular (tendo existido também, templos de planta circular), apenas uma cella e na maioria das vezes não tinham peristilo, pois as colunas laterais se encontravam embebidas ou adossadas ás paredes exteriores da cella; as colunas e o entablamento eram uma imitação grega, seguindo uma das ordens clássicas, mas possuíam apenas uma função decorativa;

- Mais grandiosos eram os santuários, constituídos por vastos recintos abertos para a paisagem, construídos como amplos anfiteatros rodeados de arcadas, atrás das quais havia templos, alojamentos para sacerdotes e crentes, lojas e outras dependências.

 

Templo de Vesta, Roma, séc. I a.C

 

Templo coríntio, Maison Carré, Ano 16 a.C., Roma

 

Templo- Santuário de Júpiter, Líbano, séc. I d.C.

 

 Templo de Diana, Évora

 

 

Panteão de Roma, mandado construir pelo imperador Adriano, para honrar os Deuses da Terra e do Céu, visando a unidade e a fusão de todas as doutrinas religiosas e diversos Deuses que cada povo conquistado por Roma tinha: vista frontal (fig. 1), vista traseira (fig.2), vista lateral das colunas que rodeam o portico (fig.3), a entrada (fig.4 e 5), os interiores (figs. 6, 7, 8, 9, 10 e 11) e a sua planta (fig. 12)

 

 

 

 

» Obras públicas

 

- As construções públicas foram o tipo de arquitectura em que os Romanos melhor expressaram o seu engenho técnico e originalidade, mas também as que melhor traduzem o desejo de poder e de grandeza deste povo;

- Abundantes desde o período da República, estas obras foram essenciais durante o Império, devido à enorme expansão territorial e ao crescente aumento demográfico. Foram poucos os imperadores que não deixaram o seu nome ligado a um grande melhoramento público, útil para o povo ou para o embelezamento da cidade;

- Durante o período da República salienta-se a construção de obras com carácter prático e utilitário como as estradas, as pontes e sobretudo os aquedutos, essenciais ao abastecimento de água às cidades e às termas;

 

 

Estrada romana em Pompeia

 

Estrada romana em Argoncilhe, Santa Maria da Feira

 

 Aqueduto e Ponte do gard, França, final do séc. I a.C.

 

 Ponte de Segura, Castelo Branco

 


Aqueduto romano em Espanha

 

Ponte romana em Chaves

 

 Ponte de Alcantara, Espanha

 

 Aqueduto romano na Tunísia

 

 

- O período imperial, por sua vez, deu ênfase a construções mais grandiosas e imponentes destinadas à vida pública, cada vez mais complexa, ou ao lazer e divertimento da população (embora muitas destas construções já existissem durante a República). Destas salientam-se:

  • As basílicas, construidas com coberturas em abóbadas de arestas e com cúpulas e semicúpulas sobre as absides laterais, que permitiam criar compartimentos interiores mais amplos e iluminados, que abrigassem um grande número de pessoas. Tinham como principais funções albergar tribunais, cúrias e outras repartições públicas, como termas, mercados, bolsas de mercadores e palácios imperiais;

Ruínas da Basílica de Maxêncio ou Constantino, Roma, séc. IV

 

Ruínas da Basílica Emília, período republicano

 

 

  • Os anfiteatros, construções mais populares da arquitectura romana do lazer, exerceram um importante papel sócio-recreativo. Possuíam planta circular ou elíptica, sem cobertura e tinham vários andares (geralmente três ou quatro), sustentando-se a si proprios, graças aos complexos sistemas de abóbadas radiais e concêntricas, que suportavam as galerias sob as bancadas e a própria arena; a parede exterior, circular, ostentava três níveis de arcos, ladeados por colunas adossadas com ordens diferentes em cada andar, separados por entablamentos e encimados por um ático sem arcadas, mas com pilastras adossadas;

 Anfiteatro Flávio, mais conhecido como Coliseu de Roma, séc. I

 

 

  • Os teatros, semelhantes aos anfiteatros na forma e na decoração exterior, mas de menor porte; apresentavam influências gregas na construção; não precisavam de locais apropriados para se erguerem porque graças aos sistemas construtivos romanos, sustentavam-se a si próprias; embora fossem ao ar livre, eram fechados em torno de si mesmos, porque as paredes da cávea (estrutura onde, segundo a escala social, se sentavam os espectadores), em anfiteatro, uniam-se à cena. A orquestra era semicircular e a cena, mais elaborada, possuia vários andares colunados até à altura da última bancada; é ainda de salientar que os primeiros teatros romanos, construidos até finais da república, tinham um carácter bastante efémero: eram feitos em madeira e demolidos logo após o acontecimento para o qual tinham sido construidos;

 

Teatro de Marcelo, Roma, séc. I a.C.

 

  • As termas, que mais do que simples balneários públicos, tornaram-se importantes locais de encontro e convívio social e símbolos do poder político. Continham piscinas de água quente e fria, saunas, ginásios, estádios, hipódromos, salas de reunião, bibliotecas, teatros, lojas e amplos espaços verdes, ao ar livre. Devido a todas estas funções, eram construções de escala monumental e pautavam-se pelo apurado sentido de ordem e simetria das suas plantas, pela estruturação dinâmica e funcional dos seus interiores, pela conjugação harmoniosa das várias volumetrias, pelas arrojadas coberturas abobadadas ou cupuladas e ainda pela belissima articulação entre interiores e exteriores. Ostentavam uma rica decoração, com revestimentos a mármore policromo, belas composições de mosaicos, pinturas em estuque e muita estatuária artística.


Ruínas das termas de Carcala em Roma e um dos seus mosaicos decorativos

 

 Mármores policromos decorativos das termas de Saragoça, Espanha

 

Decoração das termas romanas com pinturas em estuque

 

Termas romanas em Espanha

 

 

 

» Arquitectura privada

 

- Menos imponente que as demais obras romanas, mas igualmente genial, foi a arquitectura privada bastante usada pelos Romanos, que possui duas tipologias distintas:

  • A domus, o lar tradicional dos Romanos, a casa unifamiliar e privada; eram feitas em tijolo e ladrilho cozido, apresentando um aspecto exterior modesto; geralmente possuia apenas um piso ou dois e tinha um telhado ligeiramente inclinado para o interior, coberto com telhas de cerâmica; não possuia aberturas para o exterior, excepto a porta principal e , por vezes, uma outra nas traseiras; as dependências internas organizavam-se em torno de um ou dois pátios interiores (o atrium e o peristilo), pelos quais se fazia a iluminação e ventilação da casa e a circulação das pessoas; a decoração interior baseava-se nos pavimentos de mármore policromo ou de mosaicos, e nos belissimos estuques pintados das paredes das divisões nobres (triclinium, sala de jantar e tablinum, escritório ou sala de estar). As famílias mais abastadas possuíam variantes maiores e muito mais luxuosas do modelo acabado de descrever, rodeadas de grandes e belos jardins, as villae ou  villas, moradias construídas, muitas vezes, fora da cidade, num arredor rural aprazível e surpreedente; os imperadores e suas famílias mandaram construir villas grandiosas (os palácios imperiais), verdadeiras cortes que albergavam uma numerosa criadagem, as milícias militares e as comitivas políticas;

 

 

1. Vestíbulo; 2. Átrio; 3. Impluvium (Tanque para recolha das águas da chuva); 4. Alas laterais do átrio; 5. Tablinum; 6. Triclinium; 7. Cozinha; 8. Quartos; 9. Lojas;                 10. Peristilo

 

Vista exterior de uma Domus Romana e a sua respectiva planta

 

Átrio de uma domus romana

 

Ruínas da Domus Augusteana 

 

Ruínas da Domus Aurea (palácio imperial do imperador Nero) e uma das suas pinturas a fresco decorativas

 

Ruínas do peristilo da Casa dos Vetti, Pompeia

 

Mosaicos e pinturas a fresco da Villa del Casale

 

 

 

Villa Adriana, "obra" do imperador filósofo e grande viajante, Adriano, que fez desta villa uma espécie de museu, repleto de réplicas das construções e dos locais qua mais o haviam impressionado, feitas à escala humana, mas colocados no terreno de modo imaginativo e sem qualquer submissão á axialidade: o palácio imperial (fig. 1), a hospitalia (alojamento dos soldados da guarda pretoriana fig. 2 e 3), as termas e um dos seus mosaicos decorativos (figs. 4 e 5), o Canopo (pequeno lago que simboliza um antigo canal que ligava as duas cidades egípcias de Alexandria e de Canopo - figs. 6 e 7), o teatro Marítimo (fig. 8), o ginásio (fig. 9)

 

 

  • As insulae, autênticos prédios urbanos para rendimento, que alojavam as famílias mais pobres; tinham em média três ou quarto andares, mas muitas delas atingiram os oito pisos. O rés-do-chão era geralmente recuado e utilizado para lojas, abertas para a rua. Assemelhavam-se a autênticas colmeias humanas e eram construídas com os materiais mais económicos como o tijolo, a madeira e a taipa. Levantaram grandes e graves problemas urbanísticos tais como o abastecimento de água, os esgotos, o mau isolamento acústico e térmico, o exagerado número de andares, a higiene e as normas de segurança, devido aos frequentes incêndios e às escadas de acesso, íngremes e apertadas, que dificultavam as evacuações. Apesar de tudo isto, estas construções apresentam um grande interesse, nomeadamente em relação: à técnica usada para a construção em altura; à preocupação funcional da planta, com os apartamentos com acesso, em galeria, ao pátio central, aberto desde o rés-do-chão; ao tratamento das fachadas não revestidas, onde se rasgavam fileiras simétricas de janelas, numa antecipação de estilos vindouros.

 

 

 

» Arquitectura comemorativa

 

- O espírito histórico e triunfalista dos Romanos levou-os a produzirem obras com fins comemorativos e que assinalassem, pela sua presença evocativa, as conquistas militares e políticas dos grandes oficiais e dos imperadores. Dentro desta arquitectura salientam-se duas tipologias: as colunas honoríficas e os arcos de triunfo, que eram ambos ricamente decorados com baixos e altos-relevos e estátuas ou esculturas alegóricas e/ou honoríficas. A sua colocação fazia-se, geralmente, a meio das vias importantes ou nas entradas e saídas dos fóruns, embora, por vezes, estivessem adossadas ás portas das muralhas das cidades, a pórticos e aquedutos.

 

Arco de triunfo de Septímio Severo

 

Arco de triunfo de Tito

 

 Arco de triunfo de Constantino

 

Coluna de Trajano

 

  

Publicado Por Cíntia Pontes às 19:32
Link do Post | Comentar | Ver Comentários ' (1) | Adicionar Aos Favoritos '

« Mais sobre mim '

« Março 2009

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

« Pesquise neste Blog '

« Posts Recentes '

« A Coluna de Trajano

« A Arte da Antiguidade Clá...

« Arquivo '

« Março 2009

« Fevereiro 2009

« Janeiro 2009

« Dezembro 2008

« Novembro 2008

« Outubro 2008

« Setembro 2008

« Agosto 2008

« Julho 2008

« Junho 2008

« Maio 2008

« Abril 2008

« Março 2008

« tags

« todas as tags