Carlos I, nascido em 742, filho mais velho de Pepino, subiu ao trono franco em 768, após a morte deste. Neste tempo a Europa ainda era uma região inóspita e instável, repartida em varias unidades politicas bárbaras.
Segundo Enginardo, biógrafo e contemporâneo do imperador, Carlos Magno "dava, exterioremente, quer sentado quer de pé, uma forte impressão de autoridade e de dignidade (...) Falava com abundância e facilidade, sabia exprimir tudo o que queria com grande clareza. Aplicou-se ao estudo das línguas estrangeiras e aprendeu tão bem o latim que se exprimia indiferentemente nesta língua ou na língua materna."
Graças ás qualidades como militar e governante de Carlos Magno, o Ocidente conheceu a sua primeira época de estabilidade e ordem, após as grandes invasões. Teve grande êxito nas suas expedições militares devido á superioridade da cavalaria que era a arma mais forte dos seus exércitos.
Preocupou-se também com a administração dos territórios que dividiu em condados (geridos por condes e vigiados pelos missi dominici) e restaurou as letras e as artes, ao rodear-se de sábios e estudiosos e incentivando os seus trabalhos.
Executou ainda reformas na educação que ajudaram a preparar o caminho para o Renascimento do século XII.
Nas suas campanhas fez-se acompanhar por missionários e pregadores, procedendo assim à conversão forçada ao catolicismo, dos povos conquistados, massacrando os que se recusavam a converter. Desta maneira deu um aspecto de cruzada a favor da Igreja ás suas lutas. Assim alargou consideravelmente o horizonte da sua influência espiritual.
Em Dezembro de 800, Carlos foi largamente recompensado pela Igreja, ao receber a coroa de imperador do Ocidente. Este acontecimento revestiu-se de grande importância politica visto que concedeu a Carlos Magno a qualidade de legitimo herdeiro dos imperadores romanos; restabeleceu o Império Romano do Ocidente, transferindo a dignidade imperial para o rei dos Francos; unificou o Ocidente sob o mesmo poder político e também o mesmo poder espiritual - o do Cristianismo e dos papas de Roma.
Faleceu em 814, em Aix-la-Chapelle.
O significado histórico da coroação de Carlos Magno:
"O restabelecimento do Império [o Romano] no Ocidente parece ter sido ideia do Pontífice [Papa Leão III] e não do carolíngio [Carlos Magno]. (...) Mas em 799 o Papa Leão III viu uma tripla vantagem em dar a Carlos Magno a coroa imperial. Preso e perseguido pelos seus inimigos de Roma, necessitava de ver a sua autonomia restaurada, de facto e de direito, por alguém cuja autoridade a todas se impusesse sem contenstação: por um imperador.
Chefe de um Estado temporal, o património de S. Pedro, queria que o reconhecimento dessa soberania temporal fosse confirmado por um rei superior a todos os outros - tanto no título como nos factos. Finalmente, tanto ele como uma parte do clero romano pensavam fazer de Carlos Magno imperador de todo o mundo cristão, incluindo Bizâncio, a fim de lutar contra a heresia iconoclasta e de estabelecer a supremacia do Pontífice romano sobre toda a Igreja."
Jacques Le Goff, A Civilização do Ocidente Medieval, Ed. Estampa
Deflagrou na noite de 18 de Julho de 64 d.C., no núcleo comercial da antiga cidade de Roma, á volta do Circo Máximo, um enorme e violento incêndio que lavrou durante cerca de sete dias. Nesse tempo governava o imperador Nero.
O incêndio devastou grande parte da cidade, principalmente os locais onde se encontravam localizados santuários, basílicas e templos que continham obras de arte, tesouros e documentos. As perdas humanas foram também elevadas.
Nero não se encontrava na cidade mas, após receber a noticia, regressou imediatamente a Roma e demonstrou uma enorme vontade em ajudar a população, ao abrir os seus jardins aos desalojados, mandando construir barracões para os abrigar, fazendo as cidades vizinhas fornecerem alimentos e equipamentos domésticos de socorro aos sinistrados.
No meio de toda esta grande confusão, muitos dizem ter visto escravos imperiais a atear o fogo e outros ainda afirmam ter visto o imperador, no alto da Torre de Mecenas, a assistir, vitorioso, ao incêndio.
A indignação popular cresceu e o povo manifestou-se nas ruas contra Nero. Devido a isto, o imperador apressou-se a encontrar “responsáveis”, acusando os cristãos e iniciando um ciclo de perseguições e martírios, a que foram sujeitos até ao século IV a.C. Nelas morreram centenas de fiéis da nova religião, atirados ás feras nos circos; foi ele também que ordenou a execução dos Apóstolos São Pedro e São Paulo.
Logo a seguir ao incêndio, o imperador Nero mandou reconstruir o império segundo regras bem definidas e regulamentadas, construindo novas ruas, amplas e com traçados ordenados e abriu novos fóruns.
Após a morte de Dario, rei dos Persas, em 486 a.C., sucedeu-lhe Xerxes, seu filho, que com uma atitude imperialista pretendia continuar com o plano de conquistar as cidades da Ásia Menor e da Grécia continental.
Com o objectivo de conquistar a Grécia, Xerxes preparou um vasto exército com uma infantaria bem equipada e com 1207 barcos, em que a sua tripulação reunia persas, assírios, árabes, egípcios, lídios e indianos.
Entretanto formou-se a Liga de Delos constituída por várias cidades gregas como Atenas, Esparta e Egina que se uniram e preparam para oferecer resistência.
O exército de Xerxes, saindo da Pérsia, atingiu a margem do continente vizinho, passou o Estreito de Helesponto (antigo nome do estreito de Dardanelos na Turquia) e preparou-se para a conquista. Na passagem por Termópilas derrota os Espartanos e ao chegar á Península da Ática derrota também os atenienses e destrói grande parte da cidade de Atenas. Alguns atenienses conseguem fugir para a ilha de Salamina (Costa Ocidental da Ática, Golfo da Egina), onde se refugiam.
Temístocles (comandante chefe da frota ateniense), com grande astúcia, consegue atrair o exército de Xerxes para a zona de Salamina, pois pensava que aí seria fácil derrotá-los.
Xerxes e a sua armada entram no Golfo de Salamina, no dia 29 de Setembro de 480 a.C., onde os esperam cerca de 300 barcos gregos (trirremes), leves, ágeis e velozes, que os cercaram, deixando-os sem espaço para manobras.
Os gregos, apesar da diferença numérica em relação aos persas e do grande poder bélico deste povo, conseguiram vencê-los com inteligência, estratégia, coragem e velocidade.
Esta vitória e o fim das Guerras Persas garantiram á Grécia a sua independência em relação aos persas.
Atenas é considerada a salvadora da Grécia e assume a liderança e a hegemonia ao criar a Liga de Delos (478 a.C.).
A cidade foi reconstruída e assegurou a sua protecção com a construção de muralhas á volta do Porto do Pireu. No entanto, não conseguiu criar uma união pan-helénica e a rivalidade entre Esparta e Atenas revela ser a causa do fim da Grécia.
Trirreme grega
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